terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Assim que é...



Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza, deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és.

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Obviamente não presta



O que obviamente não presta sempre me interessou muito.
Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do mal feito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão.


Clarice Lispector


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Fim das imagens natalinas...

sábado, 24 de dezembro de 2011

E lá vem você de novo



Mais tempo se passou e lá vem você de novo com essa mania chata e ridícula de ir e voltar da minha vida a cada fim de relacionamento, e isso ta começando a ficar chato e monótono, não só por causa da sua mania idiota de voltar para mim, mas pela minha mania triste de sempre aceitar você de alguma forma, te coloco de novo na minha cama, e no outro dia ainda trago café da manhã na cama, mas quer saber essa foi a última vez, porque eu cansei de ficar sempre com os seus restos, eu não quero mais o resto de você, ou você resolve virar homem e ser meu de verdade, ou você me deixa livre para um homem que queira ser meu de verdade e não apenas a cama que eu te ofereço, já me despedi de você no blog uma vez, mas dessa vez você só volta aos meus textos, depois de me colocar como a única mulher da sua vida, nem que seja só por mais uma noite.


Feliz Natal para você,
Meu Garoto eb


C.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Em companhia da solidão...



Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo...


Clarice Lispector

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Aquele alguem especial...



“Ficar com muita gente é fácil”, diz um amigo meu, com pouco mais de 25 anos.
“Difícil é achar alguém especial”.
Faz algum tempo que tivemos essa conversa. Ele tentava me explicar por que, em meio a tantas garotas bonitas, a tantas baladas e viagens, ele não se decidia a namorar.
Ele não disse que estava sobrando mulher. Não disse que seria um desperdício escolher apenas uma. Não falou em aproveitar a juventude ou o momento e nem alegou que teria dificuldade em escolher. Disse apenas que é difícil achar alguém especial.
Na hora, parado com ele na porta do elevador, aquilo me pareceu apenas uma desculpa para quem, afinal, está curtindo a abundância. Foi depois que eu vim a pensar que existe mesmo gente especial, e que é difícil topar com uma delas.
Claro, o mundo está cheio de gente bonita. Também há pessoas disponíveis para quase tudo, de sexo a asa delta. Para encontrar gente animada, basta ir ao bar, descobrir a balada, chegar na festa quando estiver bombando. Se você não for muito feio ou muito chato, vai se dar bem. Se você for jovem e bonita, vai ter possibilidade de escolher. Pode-se viver assim por muito tempo, experimentando, trocando de gente sem muita dor e quase sem culpa, descobrindo prazeres e sensações que, no passado, estariam proibidos, especialmente às mulheres.
Mas talvez isso tudo não seja suficiente.
Talvez seja preciso, para sentir-se realmente vivo, um tipo de sensação que não se obtém apenas trocando de parceiro ou de parceira toda semana. Talvez seja preciso, depois de algum tempo na farra, ficar apaixonado. Na verdade, ficar apaixonado pode ser aquilo que nós procuramos o tempo inteiro – mas isso, diria o meu jovem amigo, exige alguém especial.
Desde que ele usou essa fatídica expressão, eu fiquei pensando, mesmo contra a minha vontade, sobre o que seria alguém especial, e ainda não encontrei uma resposta satisfatória.
Provavelmente porque ela não existe

Ivan Martins

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Dá para ser para sempre?



Você é o que faz tudo valer a pena. Você compensa qualquer esforço. Você vale o risco. Você me apetece. Me desafia. Me faz ir atrás. Ir além. Ir mais longe e querer mais. Você me apaixona. Me arranca pedaços. Me deixa de boca aberta. De coração na mão. Você é o que me faz levantar da cama de manhã cedo. Você é que me faz precisar de mais 36 horas no meu dia. Você me devolve a vontade de viver quando eu penso que tudo acabou. Você me tira de casa de madrugada. Você faz meu coração bater mais forte. Você me faz querer viver pra sempre. Você é o que me move.

E agora eu quero patentear isso. Quero meus direitos autorais. Dá pra fazer várias cópias de você e espalhar pela cidade pra toda hora que eu precisar? Dá pra parar de mexer no seu computador pra eu ficar só te olhando? Dá pra ficar mais tempo me explicando qualquer coisa em que eu não vá prestar atenção porque sua boca se mexe tão suave que eu tenho vontade de mexer meu corpo inteiro junto com ela? Dá pra me olhar por mais um segundo (ou dois, se eu sobreviver ao primeiro)? Dá pra parar de ser tão tudo de bom pra eu conseguir achar graça em mais alguém? Dá pra ser só meu pra sempre?

Brena Braz

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Querido Papai Noel




Querido Papai Noel,
Há quanto tempo não nos falamos não é verdade? Faz tantos anos, tanto tempo se passou tanta coisa mudou o senhor nem é capaz de acreditar, tanto tempo que não te escrevo já estou até destreinada, aliás, faz tanto tempo que não escrevo uma carta que nem me lembro direito como faz.
Como disse Noel muita coisa mudou durante tantos anos que perdemos o contato, sabe foi uma grande decepção para mim quando disseram que o senhor não existia, mas quer saber da verdade acho que eles estavam errados, não conte a ninguém, mas eu ainda acredito no senhor, e tem mais, senti muito a sua falta Papai Noel.
Mas vamos ao objetivo de toda a carta escrita ao senhor nessa época do ano, os pedidos. Peço que não se impressione com os pedidos, dessa vez Papai Noel, não vou te pedir bonecas, nem casinhas para as bonecas, nem ursos, nem nada muito material, sabe junto com tudo o que mudou mudaram também os desejos e pedidos.
Esse ano vou pedir que o senhor não venha só em dezembro, gostaria de tê-lo por perto mais vezes durante o ano, parece que as coisas ficam mais calmas e bonitas quando o senhor se aproxima dessa vez vou pedir-lhe quietude, calma e força para agüentar tudo o que a vida tem imposto só para provar se sou mesmo tão forte como gosto de dizer.
Mas principalmente Papai Noel, esse  ano vou te pedir que concerte algo, gostaria que o senhor concertasse esse coração aqui, acho que ele tem algum defeito, sabe ele vive com essa mania de deixar entrar um monte de babaca, e quando eles saem esse coração  fica tão apertado que nem parece o mesmo, fica uma bagunça dentro dele, que às vezes consegue confundir até a minha cabeça, e ele não aprende não, porque quando aparece outro idiota esse coração bobo aqui já vai se abrindo logo para ele entrar, acho que é defeito de fábrica.
Peço também que o senhor ajude a todas essas mudanças que estão acontecendo, o senhor sabe quais, que ajude a dessa vez dar certo, sabe eu estou precisando que alguns planos que dêem certo, só para variar um pouco. Ando muito cansada sabe Papai Noel, imagino que nessa época do ano o senhor também fique, mas vou lhe fazer um outro pedido, peço que leve embora um pouco das minhas preocupações. E papai Noel como o Senhor já vem aqui mesmo e vai trazer tanta coisa, vou lhe pedir algo a mais, mas presta muita atenção nesse pedido, tá? Nenhum é mais importante que ele, peço que o senhor me traga de volta algumas pessoas, é isso mesmo que o senhor entendeu, sabe, é que sinto tanta falta dessas pessoas que sei que se não for o senhor nunca mais verei, e acho que elas foram tiradas de mim muito de pressa, então se não for pedir de mais, gostaria de tê-las de volta.
E antes que o senhor pergunte eu não tenho sido uma menina muito boa sabe, andei brincando com alguns corações também, então se tiver mais gente pedindo concerto, peço desculpas, pode ser culpa minha também, mas esse ano, gostaria que não se importasse tanto com isso, ano que vem o senhor me pune e juro que não reclamo, mas esse ano eu preciso do senhor como nunca precisei antes.
Com todo o carinho e saudade do mundo,
C.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Proposta de natal



Eu andei pensando em fazer algo diferente nesse natal, quero dizer, esse fim de ano, resolvi voltar a minha infancia por alguns minutos, e confesso estou adorando, então proponho a quem lê o blog que faça o mesmo que eu, esse ao voltei a minha infância e estou escrevendo uma carta para o Papai Noel, é eu sei que parece meio bobo, né? Mas eu acho que tava na hora de voltar a acreditar, as coisas eram bem diferentes quando eu acreditava, então porque não tentar? Proponho que me acompanhem e escrevam suas cartas para o Papai Noel tambem, mesmo que diferente de mim vocês não mostrem a ninguem, eu garanto que faz um em enorme a alma, vale pedir tudo, afinal é o Papai Noel, vale pedir que esse relacionamento doido que todas nós enfrentamos se resolva, vale pedir pessoas, sentimentos, bens materiais, vale conversar com o Papai Noel, vale tudo, vamos todos juntos voltar a acreditar? Eu ainda estou fazendo a minha carta, mas amanhã mesmo, vou postá-la aqui para vocês verem tambem, quem sabe o Papai Noel não passe pelo blog?

Com o espírito extremamente natalino,
C.

domingo, 18 de dezembro de 2011

É isso que importa, não é?



Não se concentre tanto nas minhas variações de humor, apenas insista em mim. Se eu calar, me encha de palavras, me faça querer dizer outra e outra vez sobre você, sobre nós, e todo esse amor. Se eu chorar, não me faça muitas perguntas, não precisa nem secar minhas lágrimas. Só me diz que você continuará comigo pra tudo, que tenho teu colo e teu carinho. E ainda que te doa me ver assim, me envolva nos teus braços e diga que eu posso chorar, mas que você não sairá dali enquanto eu não sorrir. Porque é isso que nos importa, não é? O sorriso um do outro. Não é?

Caio Fernando Abreu

sábado, 17 de dezembro de 2011

Um aviso



Estou te mandando um aviso. Bilhete colado na porta da geladeira, telegrama, sinal de fogo, e-mail, não importa. Estou gritando seu nome na areia da praia, do alto da minha insanidade. Vem me salvar. Me leva embora. Prova que não é igual, que a compra não vai ter devolução no primeiro defeito, porque eu sou cheia deles. Me compra, me leva pra casa com tudo o que tem direito. Com medo, com mania, com falar demais e sentir de menos.

Verônica Heiss



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Hoje começamos as imagens natalinas, o espírito de natal finalmente chegou nessa humilde blogueira que vos fala...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Gosto do impossivel



Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico...

Bob Marley

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Vou me permitir

 
 
Eu vou me permitir dizer muitos nãos, e a ouví-los também.
Eu vou me permitir dar muita risada, mesmo que pessoas em volta não saibam meus motivos!
Eu vou me permitir errar, me arrepender e tirar disso uma lição de vida.
Eu vou me permitir não fingir uma auto-sufiência que eu não tenho. 
Eu vou me permitir deixar as lágrimas cairem livremente, para que a tristeza vá embora com elas.
Eu vou me permitir ser menos prepotente e aprender a enxergar os outros sem cobrar deles a perfeição que eu não tenho.
Eu vou me permitir fazer coisas inusitadas; cantar, dançar, pular e andar na chuva sem pressa.
Eu vou me permitir deixar as portas abertas para que a felicidade não se acanhe quando chegar e entre sem cerimônia...

Sandra Ribeiro

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Me peça para voltar



Se eu gostar de você tenha a gentileza de não me deixar tão solta. Não me pergunte aonde vou, mas me peça pra voltar. Sou fácil de ler, mas não tente descobrir porque o mesmo refrão insiste em tocar tanto. Se eu gostar de você, tenha a delicadeza de também gostar de mim. E me deixe ser, assim, exatamente como eu sou...

Fenanda Mello

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Menino confuso



É sempre assim eles nos querem impecáveis para o mundo, aos olhos do mundo, mas nem sempre é possível.
Gostar não é fácil, lidar com os homens menos ainda. É preciso ter muito jogo de cintura se não você pira mesmo. Entre idas e vindas desse amor louco, louco amor que tenho vivido cheguei a conclusão que a melhor coisa seria pensar como um homem, sim eu seria mais feliz se me comportasse com uma dama e pensasse como um homem. Eles dizem que nos entendem, mas isso não é verdade, fica aqui o meu testemunho, eles são confusos, eles são problemáticos e nessa confusão acabam nos enlouquecendo.
Como um dia você me aparece amando-me, desejando-me enfim me querendo mesmo e no outro você finge que nem me conhece, não me liga, não responde as minhas mensagens resultado minha cabeça entra em parafuso.
Despirocada de vez eu já sou , mas você colabora e resultado estou eu aqui mais uma vez em crise, crise amorosa, existencial e coisa e tal.
Menino confuso deixa de me enlouquecer e se decida!

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ela não é perfeita, mas, e daí?



Você pode não ser o primeiro homem dela, o último homem dela ou o único homem dela. Ela amou antes, pode ser que ela ame de novo. Mas se ela se ama agora, o que mais importa? Ela não é perfeita - você também não é, e vocês dois podem nunca ser perfeitos juntos, mas se ela te faz rir, te faz pensar duas vezes, e admite ser humana e cometer erros, segure-se a ela e dê a ela o máximo que você puder. Ela pode não estar pensando em você a cada segundo do dia, mas ela te dará uma parte dela que ela sabe que você pode quebrar - o coração dela. Então não machuque ela, não mude ela, não analise e não espere mais do que ela pode dar. Sorria quando ela te fizer feliz, diga a ela quando ela te deixar com raiva, e sinta a falta dela quando ela não estiver por perto.

Bob Marley

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ninguem representa o tempo inteiro


Sempre disse que relações eram complicadas, pois cada pessoa tem um padrão de funcionamento, histórias, conquistas, derrotas; bem como relações de amor, amizade, paixão.
Desconfio que em todas elas temos tendência a usar maquiagem para tapar ou disfarçar imperfeições. É até natural e aceitável, mas passado um tempo o que era bonito fica borrado. Ninguém representa o tempo inteiro.
Ninguém é bonito em todos os segundos. É sabido que nós temos defeitos e qualidades e porque diabos é tão difícil digerir essas idéias? Fica um caroço no meio da garganta e não desce por mais que você tome litros e litros de água.
Se você está disposto a investir em um relacionamento tem que abraçar todos os conflitos e passado dessa pessoa, não obstante precisa, também, sorrir com o coração quando o outro está em estado de graça. Na hora do aperto tem gente que não aguenta; na hora da alegria tem gente que não suporta.
O bom é saber se doar, conseguir dividir e equilibrar cada acontecimento e se sentir seguro, confortável e à vontade para ser quem você é. Sem julgamentos, sem desconfianças, sem pé atrás, sem dúvidas. Acordar sabendo que o colo é gratuito e verdadeiro. E mais: honesto. Enganos acontecem, inverdades entram por janelas, e nem por isso a gente desiste. Até que ponto vale a pena? Até onde você consegue, até onde não se trai. Todo mundo pode abandonar o barco, menos você.
Costumamos fazer projeções, mas da mesma forma que elas surgem, desaparecem. Aquela é a sua grande paixão...até o dia em que deixa de ser. Vira lembrança. Aquele é o seu grande amigo...até o dia em que deixa de ser. Vira história.
Pessoas entram e saem das nossas vidas, mas alguns fazemos questão de levar pela mão. São os que nos conhecem a fundo, que gostam do nosso jeito defeituoso de sentir. As qualidades não diferenciam e enobrecem as pessoas. Os defeitos sim. Adoro defeitos. Adoro pessoas imperfeitas. Adoro não entender. Isso é vida.

Clarissa Corrêa.

sábado, 10 de dezembro de 2011

As dores do amor



Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida...
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a 'dor-de-cotovelo'
propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo. 

?

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Conselhos


Aprende uma coisa: Ninguém pertence a ninguém nessa vida. E por mais que faça esforços, eles nunca serão suficientes pra fazer alguém permanecer ao seu lado, porque simplesmente na hora que as pessoas têm que ir, elas vão. Não transpareça aquilo que não sente. Seja sincera acima de tudo com seus próprios sentimentos e não deixe que ninguém pise em cima deles. Guarde seu coração e não se permita viver em função de alguém. Viva em função da sua felicidade, está me entendendo? E outro detalhe: Não se preocupe em ser inteiramente entendida. Nem sempre todo seu amor será reconhecido.

Dreisse Drielle

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Saudade



Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei! De quem disse que viria e nem apareceu;
de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram.

Clarisse Lispector

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Tudo errado



Este não é um texto sobre o amor. É um texto sobre uma cidadã que já amou demais. Uma cidadã que faz tudo errado. Que se desconserta quando alguém fala que gosta dela. Que é contraditória por natureza. Que fala a verdade quando deveria mentir. Que diz que é fiel aos seus sentimentos mas não entende nada sobre fidelidade. Que gosta de um cara mas sai com outro sábado à noite. Que quer se matar por dar end no cidadão que ela mais quer quando ele liga e ela está com outro. Que já largou um cara dentro do cinema sozinho e nunca mais voltou. Que já saiu de casa às duas da manhã numa terça-feira fria. Que já viajou 400km só pra falar pra um imbecil que ela o amava - e ele disse que já tinha outra. Que já chorou por um homem. Que já chorou por alguns homens. Que não tem vergonha de falar o que sente. Uma cidadã cujo sorriso entrega suas emoções. Cujos lábios movem quando ela pensa. E cujos olhos não a deixam mentir.Uma cidadã que odeia tomate. Odeia beterraba. Odeia quando tem que esperar alguém ligar. Odeia mais ainda quando esse alguém não liga. Odeia os homens que têm namorada e ficam ligando pra ela (qualé?!). Uma cidadã que adora chocolate. Adora morar sozinha. Adora sua própria companhia. Adora não ter mais idade pra brincar de polícia-e-ladrão. Pra fazer joguinho. Adora já ter passado da fase de fingir que ela não está afim quando está.Só que essa cidadã faz tudo errado. Ela diz por aí que quer namorar. Mas se esquiva quando seus casos começam a ficar sérios. E só se envolve com os “não-namoráveis”. Os mais galinhas. Os mais baladeiros. E anda dispensando todos os caras com quem ela poderia pensar em fazer planos. Talvez porque, lá no fundo, ela goste de ser solteira. De poder escolher com quem ela vai sair no final de semana. Talvez ela queira ligar praquele cara bacana no meio do show do Rappa. Talvez porque ela ache que sair e conhecer novas pessoas seja uma coisa bacana. E porque ela ainda não encontrou alguém que faça valer a pena largar tudo isso pra se comprometer a um cara só.Talvez porque ela goste de chegar em casa sozinha. Tirar suas roupas e se jogar em cima da cama. Poder deixar tudo espalhado. Tomar banho de porta aberta. Reservar-se o direito de não atender o telefone fixo. Assistir ao canal de TV que ela bem entender. Ficar na internet por quantas horas achar conveniente. Dar end no celular de acordo com seu humor. Ir e vir de onde ela bem entender. À hora que ela bem entender. E com quem ela bem entender. Talvez ela até goste de comer miojo quando tem preguiça de sair pra almoçar nos finais de semana. E talvez ela prefira a companhia do seu passarinho na sua cama. Talvez tudo isso seja verdade. E talvez tudo isso passe. Mas fato é que a cidadã não vai abrir mão disso por pouca coisa. E que ela não troca suas tardes de domingo sozinha por tardes de domingo em companhia errada.Fato é que a cidadã não quer alguém pra chamar de namorado. Ela quer um alguém que ainda não encontrou. E o dia que ela encontrar, ela não vai deixar esse alguém escapar por nada deste mundo. Porque essa cidadã sabe o que é perder o cara que é o amor da sua vida. Sabe o que é fazer tudo errado sempre. Mas, mesmo assim, ela não tem medo de começar tudo de novo. De tentar outra vez. De viajar mais 800km pra dizer, mais uma vez, que ama. E essa cidadã só quer viver de novo aquilo que ela conhece muito bem. Amar. Incondicionalmente. Viver incondicionalmente. Viver sem fazer planos. Sem querer prever o futuro. Estar do lado de alguém que é o mundo pra ela. Estar do lado da pessoa certa. Aquela única pessoa com quem ela gostaria de estar. Alguém que conhece todos os seus medos. Todos os seus sonhos. Que sonha junto com ela. Alguém por quem ela abriria mão de todas as maravilhas da vida de solteira. E por quem ela acredita que vai fazer tudo certo um dia.

Brena Braz

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Segredos



Eu procuro um amor que ainda não encontrei diferente de todos que amei... e os seus olhos quero descobrir uma razão para viver e as feridas dessa vida eu quero esquecer... pode ser que eu a encontre numa fila de cinema numa esquina ou numa mesa de bar... procuro um amor que seja bom prá mim vou procurar eu vou até o fim...e eu vou tratá-la bem prá que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos...
Eu procuro um amor uma razão para viver e as feridas dessa vida eu quero esquecer... pode ser que eu gagueje sem saber o que falar mas eu disfarço e não saio sem ela de lá... procuro um amor que seja bom prá mim vou procurar eu vou até o fim... e eu vou tratá-la bem prá que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos...
Procuro um amor que seja bom prá mim vou procurar eu vou até o fim... eu procuro um amor que seja bom prá mim vou procurar eu vou até o fim...

Segredos
Frejat

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Se não aguenta, porque veio?



Se alguém não tem cacife para amar, para dar tudo de si e até se superar se for preciso, então para que começar um relacionamento? Se não tem coragem de arriscar, de tentar mais uma vez, de apostar todas as suas fichas e descobrir na prática que amar vale a pena, para que insistir nessa mania de empatar o coração alheio?
Muitas pessoas têm vivido uma contradição terrível: ao mesmo tempo em que reclamam que ninguém quer compromisso, insistem em repetir que esperto é quem não entra de cabeça numa relação para não se machucar.
Resultado: nunca houve tanta gente machucada no mundo! Pessoas que se sentem ocas, vazias, cheias de ecos interiores porque não mergulham em seus sentimentos, não arriscam, não têm coragem de se envolver e de apostar no amor.
Sabe por quê? Porque as pessoas têm pensado demais. É ótimo pensar, sim; mas o mundo está carecendo de sentimentos. É preciso sentir para dar significado a esta escolha: amar. Porque sem significados não há foco, não há comprometimento.
Aí as pessoas entram pela metade. Vão, mas não vão. Querem, mas fingem que não querem. Algumas ainda fazem pior: não querem, mas fingem que querem, porque acham que é melhor estar numa relação ruim do que sozinhas.
Olha... sinceramente? Tudo isso é uma grande estupidez e tem nos custado muito caro. Números assustadores revelam depressão, tristeza, ansiedade, solidão, entre outros transtornos afetivos avassaladores.
Coisa de quem eu chamo de gente pequena, de quem morre de medo de sofrer e não se dá conta de que já está sofrendo horrores. E depois há quem diga que não entende porque é que, embora a maioria das pessoas deseje a felicidade e o prazer das relações amorosas, tem sido tão difícil sintonizar os desejos de homens e mulheres e fazer os relacionamentos darem certo!
É preciso amadurecer, e só há uma maneira de tornar isso possível: sendo corajoso o bastante para se comprometer. Nós precisamos crescer, virar gente grande no amor.

Rosana Braga

sábado, 3 de dezembro de 2011

Me dói também



Eu tenho uma coisa pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas. Dessas que não sabemos se a dor causada será maior no ouvinte ou em nós que falamos, não sou realmente boa com as palavras como gostaria de ser, então sem meias palavras vou logo dizer o que anda me fazendo perder o sono.
Depois de toda a nossa história e de tudo que já vivemos juntos, acredite me dói muito te dizer que a sua ausência finalmente, depois de tanto tempo, me fez te esquecer, e é isso toda aquela história estranha que nós construimos juntos, acabou e isso me dói também.

Finalmente fim meu Garoto eb,
C.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Deveria ser como uma chuveirada



Eu estou apaixonada mas não é por uma pessoa. Estou apaixonada pela lembrança de algo leve, solto e rápido, como uma bola de gás que escapa da nossa mão e passa a ficar cada vez menor e mais distante. Estou apaixonada pelo impacto da vida, por um tiro certeiro e bem mirada, pelo arrebatamento provocado pelo descuido das minhas defesas.(...)
Um homem diz que você é linda, espetacular, a pessoa mais interessante que ele já conheceu e você, se tiver o miolo mole e vários anos de casada, acredita.

Talvez lembre de mim como uma mulher vivida, descolada, que lida bem com relações descartáveis, logo eu que odeio copos de plásticos, canudinhos, tudo que não dure.

Não gosto de nada que é raso, de água pela canela. Ou mergulho até encontrar o reino submerso de Atlântida, ou fico à margem, espiando de fora. Não consigo gostar mais ou menos das pessoas, e não quero essa condescendência comigo também.

Achei que ao chegar à meia idade seria presenteada com uma coisa que vale ouro: letargia cerebral. Jurava que depois dos 40 anos iria sossegar o facho. Teria as mesmas necessidades que os outros, pensaria como os outros, me enquadraria num comportamento aceitável.

Porque o banho é um ritual rotineiro e sexo não? Por que o sexo tem que vir com garantias de amor, reciprocidade, atestado de saúde, carteira de identidade? Sexo deveria ser como uma chuveirada. Uma gargalhada.

Divã 
(Martha Medeiros)

Que me desculpem os bonitos, mas beleza não é fundamental



Mulher tem faro, não se contenta com a embalagem. É bem mais comum ver uma mulher linda acompanhada de um homem aparentemente sem graça do que o contrário. Não é (só) porque a concorrência é implacável e nos contentamos com o que sobra. É porque mulher tem raio-x: consegue olhar o que se esconde lá dentro. Se além de um belo coração e um cérebro em atividade ele ainda for apetecível, é lucro. Pena que a recíproca raramente seja verdadeira. Economizaríamos fortunas em cabeleireiros e academias se os homens fossem direto ao que interessa, na alma e no espírito, para os quais não adianta maquiagem.

Martha Medeiros

domingo, 27 de novembro de 2011

Palavras para uma alma com fome



Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir… Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome.

?

Acabou a brincadeira



Eu nunca gostei do jeito que você arruma o cabelo e você sempre soube disso. Eu nunca gostei daquela sua barba mal feita, da sua blusa xadrez e daquele seu relógio de pulso. Pra ser sincera, eu nunca gostei de nenhum relógio até porque todos insistiam em permanecer parados enquanto eu aguardava ansiosamente sua chegada. Eu nunca gostei desses seus olhos castanhos claros que sempre tentaram me dizer algo que eu nunca entendi o que. Eu sempre gostei de você, porém nunca gostei de reconhecer isso.
Você fazia parte do que eu chamava de “baú dos segredos” e, obviamente, fazia parte dos mistérios íntimos que eu pensei que jamais revelaria. Tentativa em vão, eu hei de concordar. Você era o tipo de cara que pede o telefone já sabendo que nunca vai ligar e que mesmo assim, surpreende qualquer uma no meio de uma tarde chuvosa com uma mensagem cafajeste que arranca sorrisos. E assim você repetia o ciclo até conquistar todas que queria e depois praticar o que podemos chamar de “rejeição em massa”. Pobre garoto! Não conhece nada da vida, pelo visto.
[...]
Para tanto, me sinto honrada de ter sido recebedora de todo seu charme e por suas ligações madrugadas adentro. Porque agora tanto faz o que quer que você faça. Ah, sabe uma coisa que eu nunca gostei em mim? Essa facilidade com que ignoro tudo isso e sigo em frente. Não sei nem sequer seu telefone mais e agora pouco me importa mesmo. Achei que tentaria junto comigo, mas percebi que nunca poderíamos nos somar por completo. Sinto muito, querido. Por mim, acabou a brincadeira e eu te aconselho a também por fim nisso tudo, sinceramente falando.

Dreisse Drielle

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Para não ter porque se lamentar



Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna mais poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queira muito alguém, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. Eu que gritei para tantas pessoas ficarem, hoje só quero mesmo é que elas sumam de uma vez por todas. E em silêncio, que é pra ninguém ter porque se lamentar.

Tati Bernardi

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Deveriam fazer mais



Vocês não sabem o que têm nas mãos. Tocam os seios sem saber que no meio bate um coração,
beijam bocas sem ouvir o que elas têm a dizer, fixam os olhos sem perceber que por trás há uma mente inquieta. São milhares de pensamentos e sentimentos que pulsam e se confundem, vocês deviam fazer mais que apenas assistir.

Verônica Heiss

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um sério problema




Eu tenho um sério problema, nunca soube deixar o passado, na verdade nunca soube viver o presente, sempre quis o futuro, eu só olho se for o futuro, tenho medo de ver a vida passar e não aproveitá-la por estar sempre preocupada com o amanhã, e é aí que mora o problema,  nunca consegui valorizar quem está ao meu lado, sempre quis mais, sempre quis melhor, eu nunca me satisfiz e o tempo ta passando, e todas as pessoas passam pela minha vida e ninguém fica, os amores vem, as saudades ficam, e a cada pessoa que passa nunca volta, deixa marcas e mais um pequeno trauma para o próximo coitado que se atrever a me amar, ou a me desejar, porque como já disse uma grande autora, “eu sou sempre passagem para o amor, eu nunca sou a chegada”. Eu curo os outros, eu dou a cada um que passa por esse coração todas as minhas forças, e fico aqui sem forças, e algumas vezes até sem coração até que venha o próximo grande amor da minha vida, sobre essa minha situação já mostrei muito todas as desvantagens, mas a grande vantagem é que não existe no mundo alguém que tenha tantos grandes amores nessa vida quanto eu, sou passagem, mas daquele tipo de passagem que fica embora nunca guarde nada.

C.

Sobre o amor

Estava gostando mais das pessoas



Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar. E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa


Tati Bernardi

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Um forte candidato...



Eu tenho um beijo que alterna do calmo pro intenso, você iria gostar. Acho que você tem olhos iguais ao meu beijo. A gente poderia ser interessante andando com suas mãos longilíneas e eu tão pequenininha. De repente as pessoas poderiam olhar e pensar: lá vai mais um casal que não combina mas por isso mesmo dá certo. Seria lindo. Eu olho tanto meu celular que já decorei de quanto em quanto são cinco minutos. Eu tenho vontade de jogar meu celular numa parede qualquer. E me libertar da vontade de ouvir sua voz. De novo, de novo, eu não canso. De novo fazendo romance em cima de um conto breve. Dois jantares e um almoço. Só isso. E lá estou eu achando que você pode ser um forte candidato a homem da minha vida. Lá estou eu acreditando que exista um homem da minha vida. Se você não ligar, nunca mais, eu vou ficar triste, igual fiquei semana passada porque outro não ligou, igual fiquei semana retrasada porque outro sumiu. Igual eu vivo ficando chateada e vive passando. Eu tenho prostituído demais a minha espera. E as coisas parecem perder a importância toda hora. O problema é que, para perder a importância toda hora, toda hora vivem ganhando importância, e eu estou ficando cansada. Ah, se você me ligasse, a gente poderia ver aquele filme do Bertolucci que eu tô louca pra ver e, se no filme tivesse cena de sexo, eu iria morrer de vergonha. [...] Recuse minha incapacidade de me achar amada e me ame. Se você me ligasse a gente poderia ter uma conversa séria a respeito da solidão e do tédio do mundo e resolver ser feliz pra sempre. A gente poderia resolver isso e depois resolver que o mundo tem suas limitações e depois resolver que não tem limitação coisa nenhuma. A gente poderia mudar de opinião juntos e tornar a vida menos solitária e tediosa. Olha, é simples, são sete números e uma única chance de conhecer uma mulher super bacana. Que, sim, tem chulé às vezes, tem bafo às vezes, tem ataques de histeria, ciúme e infantilidade às vezes. tá bom, é mais do que às vezes, mas se você me ocupar com bom papo e carinho, eu juro que esqueço um pouco meu lado que não sabe se relacionar. Peraí, tá tocando aqui. tem que ser você, tem que ser você. tem que meeeeeeerda, pena que não dá para processar o "Vivo Informa" por propaganda enganosa.

Tati Bernardi