quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Melhor do que não sobrar nada



Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê.
Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Quero ser minha!

 
 
Hoje eu não quero ouvir suas reclamações, seus sermões baratos de quem está sempre tão decepcionado comigo. Hoje eu não quero que você me olhe com aquela cara de quem está apaixonado demais para encontrar algum defeito em mim. Hoje eu não quero nada, nem um mísero sorrisinho sarcástico, de compaixão. 
Quero amar minha dor sem ter que tentar explicá-la para ninguém. Quero sentir vontade de chorar e não precisar fazer com que as lágrimas virem nós na garganta. Quero ser sozinha, pensar sozinha, viver sozinha. Quero ser minha, pegar um cinema comigo mesma, me levar para jantar, rir de alguma piada sem graça que eu mesma contei.
E não me venha com esse discursinho barato de que sozinha eu não sei me virar. Ah, é claro que eu sei ficar sem você. Eu sei acordar de manhã com o despertador barulhento e não com Spice Girls me dizendo que você está me ligando. Eu sei a hora de comer sem que você precise ficar me mandando mensagens avisando. Eu já tenho uma mãe e estou bem com ela.
Ah, qual é? Eu sou meio inteligente, meio bonita, meio simpática e meio engraçada, mas não quero ficar completa. Não, obrigada, to bem assim. To bem sendo o que eu realmente sou e sem medo de parecer estranha demais para o resto do mundo. To bem depois que assumi meus erros, meus acertos, minha vida. E, quer saber? To muito bem sem você, de verdade.


Mayara

O eterno



Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: Às vezes apenas um segundo.

Alice no País das Maravilhas

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Perdi o medo de me perder



Sou apenas um caminhante que perdeu o medo de se perder estou seguro de que sou imperfeito podem me chamar de louco podem zombar das minhas ideias não importa! O que importa é que sou um caminhante que vende sonhos para os passantes não tenho bússola nem agenda não tenho nada, mas tenho tudo sou apenas um caminhante à procura de mim mesmo.

O Vendedor de Sonhos

sábado, 20 de agosto de 2011

Strip-tease



Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.


Martha Medeiros

Não são só vocês que ficam com preguiça



Eu não acredito em casamento. Não acredito em aturar alguém dentro de casa só para não me acharem um desastre humano. Não acredito em nenhum homem porque, infelizmente, tenho muitos amigos e, pra piorar, nasci espertinha. Todos os meus namorados reclamam: “é horrível, você sempre me olha sabendo a verdade”. Eu sei a verdade: o ser humano falhou. Os homens falharam. Nada disso é para dar certo. Então o quê? Vou me conformar em continuar sozinha de madrugada, sem ninguém para me trazer água? Não, nada disso: vou continuar esperando o homem que não existe! Até a coisa apertar e eu topar ser enganada por algum idiota. Afinal, não são só vocês que ficam com preguiça. Estar certo, além de insuportavelmente solitário, é mortalmente cansativo.

Tati Bernardi

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Porque começar algo que você não tem a menor intenção de terminar?



Você está me cortejando desde que chegou aqui, e nós sabemos o que aconteceria se eu o deixasse passar por aquela porta. Mas você vai embora. E quando for eu é que vou sair machucada dessa história. Então, porque começar algo que você não tem a menor intenção de terminar?

O Milagre

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tava ferida e precisava ferir tambem



 
Eu não vim até aqui para dizer que te amo se quer saber de verdade, eu não amo, já amei, seria uma mentira deslavada se falasse o contrário, nem tão pouco vim te pedir um futuro, um último beijo, nem o passado de volta, não quero o passado, é um passado bonito, sonhador e idiota. Eu fui uma completa idiota!
Eu não te quero mais, hoje sei como fui infantil ao acreditar nas suas promessas, na sua sinceridade, você sabe ao menos o que é isso? Imagino que não, eu fui só mais uma que caiu no seu papo de desejo e amor eterno.
Eu não vim te humilhar, não chuto o que ta no chão, hoje eu sei que sou melhor que você, hoje aprendi que sou uma mulher e que não dependo de você para viver como imaginei um dia.
Não vim fazer uma cena dramática, te pedindo minha juventude de volta, minha alegria, meu tempo desperdiçado, apesar de serem pedidos que se encaixem perfeitamente no momento, afinal você conseguiu me roubar tudo isso com meia dúzia de palavras bonitas.
Mas não vim pedir nada disso, não quero pedir nada, vim apenas falar, dizer o que devia ter te dito a muito tempo, colocar para fora a dor e frustração que você me causou, desamarrar esse nó que se formou no meu peito e na minha garganta a mais tempo do que uma pessoa deveria ser capaz de agüentar.
Eu só vim até aqui porque tava engasgada, tava ferida e precisava ferir também.


Consegui Garoto Inconstante?
C.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tudo se põe no papel, menos esse aperto no peito




Hoje eu acordei triste e dramática, sentindo a sua falta de uma maneira realmente incomum e me bateu uma vontade de escrever, mais um daqueles textos daqueles que você não vai ler, talvez leia, mas não saiba que foi de mim para você e começando a escrever me dei conta que não sabia o que falar.
Tentei imitar Tati Bernardi, dizendo que era uma dor insuportável: “Eu sinto sua falta como se tivesse perdido meu braço direito.”. Juro! Tentei dramatizar, mas ao que tudo indica deu errado, não significa que a dor seja suportável, mas essa dor que ela sentia ao escrever isso não era minha.
Então tentei ser auto-suficiente e ter auto-estima como uma cantora que aprendi a gostar com a minha mãe, Alcione: “Vai sentir falta de mim, vai tentar se esconder, coração vai doer, vai sentir falta de mim...”, a verdade é: Eu adoraria saber que você sente, nem que seja um pouco a minha falta, mas não sei dizer se realmente você sente essa saudade, sei que eu sinto e não é pouco.
Tentei imitar a dor dessas mulheres que admiro, mas apesar de toda a admiração e de entender o que elas dizem essa dor não é minha, a falta delas não é minha, e deu uma pontada de inveja, eu gostaria sim de saber me expressar, e descrever a minha dor como elas fazem.
Quero poder te dizer que meu coração pula do peito só de ter você invadindo meu pensamento, que eu suspiro só de ouvir o teu nome, que a tua falta é tão grande que eu abraço um travesseiro desejando ter você.
Mas tentando descrever os meus sentimentos, descobri que tudo pode ser traduzido em palavras, menos essa dor, tudo se põe no papel, menos esse aperto no peito, entendo a Tati Bernardi quando diz faltar um pedaço importante dela, parece realmente que falta algo, e falta. Ta faltando você aqui perto.
É impossível que alguém possa fazer tanta falta, que alguém possa ocupar tanto espaço dentro de um ser que não tem sentimentos como eu, ou será que tenho? Não sei, só sei que sinto sua falta!


 Para Garoto eb,
C.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sem brilhos falsos


Daí, penso também outra coisa de gente grande: não adianta muito você se enfeitar todo pra uma pessoa gostar mais de você. Porque, se ela gostar, vai gostar de qualquer jeito, do jeito que você é mesmo, sem brilhos falsos.
 
Caio Fernando Abreu 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não se apaixone por mim




Permita-me lhe fazer um pedido, garoto: não se apaixone por mim. Não, nunca. Eu não sou o tipo de garota que sua mãe sonhou para sua vida. Eu não sei lavar, passar, engomar. Não se apaixone por mim, garoto. Eu nunca fui a primeira da turma em nada, nunca fui a mais bonita, a mais esperta ou a mais engraçada. Eu não sou para você, garoto. Eu sou bem menos. Não vou passar noites em claro tomando café e imaginando nossa vida juntos, eu nem sequer gosto de café a noite. Então você me lê e acha que tudo que eu escrevo é o que você deseja para si. Mas não sou eu, que escrevo isso. Eu nem me lembro da história de todos esses textos. Não vou escrever poemas sobre ti, eu odeio meus poemas, se quer mesmo saber. Então, garoto, não se apaixone por mim. Eu sou comum. Eu choro quando estou de TPM e fico irritada, choro quando brigo com alguém, choro quando sinto dor. E, não, não a dor emocional, choro pela dor física principalmente. Outra coisa que você jamais vai querer: alguém que sinta as dores que eu sinto. Eu não sou normal, garoto. Você não pode se apaixonar por mim. Não o faça, pelo seu próprio bem. Eu não gosto de me arrumar, eu não sou obcecada pelo meu cabelo. Eu sou fútil. E não tente conversar comigo sobre filosofia ou qualquer outro assunto sério, eu arrumarei uma maneira de fazer piada. Não se apaixone por mim, garoto, eu sou só diversão. Sou fraca com bebidas alcoólicas, detesto o seu cigarro e falo mal do alheio. Eu não meço forças para conseguir o que quero. Não se apaixone por mim, garoto, você vai se dar mal. Não sou ambiciosa, não planejo o futuro distante. Não pratico esportes e odeio que tentem me forçar a isso. Adoro futebol, adoro ovomaltine. Sou péssima com novas tecnologias e não sei pregar um botão. Não sei interpretar poemas de vanguarda e me atrapalho para entender as leis da física. Eu não era boa aluna. Não se apaixone por mim, garoto. Sou preguiçosa demais, faço piadas de mal gosto e falo palavrões. E eu nem sei dançar. Eu não valho o esforço garoto. Meu sonho é fazer mais dez tatuagens  alem da que já tenho. E não estou brincando. Não pense que eu sou diferente das garotas com as quais já saiu. Eu não sou excepcional, eu sou comum. Então, se me deixar lhe pedir um favor, apenas quero que não se apaixone por mim, garoto. Você não precisa se decepcionar. Não se apaixone por mim garoto, eu não presto!

C.

Tenho essa reputação de sempre decepcionar as pessoas,



Tenho feito um esforço tremendo para não tombar. Ainda que meu coração esteja batendo feliz, ainda que meus sorrisos não sejam tão forçados, ainda sinto que estou prestes a cair. Você gosta tanto de mim e eu tenho essa reputação de sempre decepcionar as pessoas, mesmo contra minha vontade. Eu não sei amar. Não sei sonhar com alguém, mandar mensagens fofas e aparecer para te buscar no trabalho durante a semana. Eu não sei ser tudo que você é, tudo que você merece. Será que, mesmo assim, você é capaz de me deixar ficar com um pedacinho do seu coração? Não preciso de muito espaço, sou bem pequenininha, posso até pagar aluguel.


Mayara

domingo, 7 de agosto de 2011

Fingir que éramos pessoas como as outras



E acreditávamos que um dia seríamos grandes, embora aos poucos fossem nos bastando miúdas alegrias cotidianas que não repartíamos, medrosos (...) pois queríamos ser épicos, heróicos, românticos, descabelados, suicidas, porque era duro lá fora fingir que éramos pessoas como as outras.

Caio Fernando Abreu

Não é um erro, é uma necessidade



Pode chorar querida, não é um erro, é uma necessidade. Você precisa colocar pra fora toda a dor que já lhe causaram. Você está sendo forte por guardar isso tudo só pra você, nunca se julgue fraca porque você não é. E eu sei, você sabe, e todas as garotas do mundo sabem como é isso. Só continue sendo forte. (…) Não se preocupe, essa angustia que você está sentindo vai passar, a saudade vai acabar. Eu sei que agora parece que o mundo conspira contra você, mais ele gira e em um giro desses tudo pode mudar. Então não desiste, sorria. Você é mais forte do que pensa e será mais feliz do que imagina. O medo a decepção, a tristeza, a raiva são só sentimentos, são só momentos e momentos chegam ao fim. Isso chegara também. Não tem como encontrar a felicidade sem ter passado pela tristeza. Pense nisso, não é hora de se deixar abalar.


Tati Bernardi

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Não tão corajosa




Hoje me perguntaram se sou covarde, rapidamente obtive a minha resposta: - Não, não sou, eu sou corajosa. - Mas parando alguns minutos para pensar e analisar, já não tenho tanta certeza disso. Talvez eu não seja covarde para as situações em que eu exponha minha vida ao perigo, em que eu exponha meu corpo, meu físico … o que está fora. Não tenho medo de ir aquele bairro super perigoso, de cair, me arranhar, me machucar, adoraria pular de bung-jump e para-quedas. Mas se eu tiver que expor meus sentimentos, minhas vontades, meus desejos, minhas emoções, o que ta aqui dentro, a situação muda de figura, se o machucado for por dentro, sim eu sou medrosa, a mais medrosa do mundo, sem coragem alguma, me recolho, tenho medo. E toda aquela coragem desaparece. Não tenho medo de arranhões no braço, na perna, na mão seja onde for. Não me amedronto. Não tenho medo de me ferir fisicamente. Tenho medo sim, de me ferir por dentro, machucado, no coração dói muito, na alma então, nem se fala. E quando esses ferimentos são no coração? E quando você, cheia de coragem se entrega e se machuca? Qual o remédio para isso? Você sabe? O meu eu sei. É a coragem de não ter coragem alguma. E se agora vierem me perguntar se eu sou covarde eu vou dizer: depende, se eu me machucar essa dor vai ser dentro ou fora ?  




C.

Eu ensino amor



Não me completo porque eu quero que seja meu o que já pertence aos outros e porque todos já pertencem, de alguma forma. Ninguém mais é virgem de alma. Carregam por aí paixões mal resolvidas, soluções mal apaixonadas, são metades vazias que não podem completar vida nenhuma.

Às vezes sinto que sou espécie de atalho: ajudo no caminho sem nunca ser o ponto de chegada. Não sou destino, apenas distração. É a mim que recorrem os interessados em outras. Usam-me para teste, fazem-me de ensaio, levam minha proteção e cospem minha carne mastigada quando já não lhes serve mais. Devolvem um coração pisoteado que depois só pensa em se fechar de vez para qualquer sentimento do mundo.

Eu ensino amor. Permita-se, eu digo, seja livre dos conceitos alheios e encha o peito de verdades, sinta. E quando finalmente compreendem o que estou dizendo, compartilham isso com outra pessoa. Entregam meu amor, o amor que eu criei, para alguém mais simples e de riso fácil, que não se sente só no meio dos outros. Tudo bem, eu entendo. Porque é chato ficar perto de quem nunca se satisfaz. É cansativo lidar com tanta melancolia. Mas tem mais que isso dentro de mim. Tem um cansaço que só quer um colo pra se desfazer. É isso, minha cura é um abraço. Dois braços, um coração, e o que mais vier junto.
 

Verônica Heiss

Qual a idade que você tem que ter antes que seu amor seja verdadeiro?



Você pode dirigir com 16, ir para a guerra aos 18, beber aos 21, e se aposentar aos 65. Mas, qual a idade que você tem que ter antes que seu amor seja verdadeiro? Já tive aos montes pessoas que não compensam esquentando a cadeira ao lado do cinema, o banco ao lado do carro e o travesseiro extra da cama. E nem por um minuto senti meu peito aquecido. A gente até engana os outros de que é feliz, mas por dentro a solidão só aumenta. Estar com alguem errado é lembrar em dobro a falta que faz alguem certo!

Remember me

Finalmente sei como desatar nós




Mas agora tá tudo bem. Aprendi que quanto mais superficialmente você costura uma relação, menos chance há de se afogar. Navegar é preciso, o negócio é não faltar nas aulas sobre como boiar em águas nem doces nem salgadas. Hoje posso dizer convicta que prefiro o clarão das aparências que a penumbra de mergulhar fundo, sem saber como respirar abaixo do chão. Agora, como boa marinheira de incontáveis viagens, finalmente sei como desatar nós.



Gabito Nunes

Se tornou o desafio perfeito




Você se tornou o desafio perfeito e, confesso, sua embalagem prometia muito mais do que o produto realmente é. Fui eu quem cuidei da parte da atitude, da conversa, do momento certo. Acho muito cansativo ser responsável por tudo, então eu desisto de tentar te fazer humano. Pode seguir com sua falta de vida, cheio de pose e frases prontas.



Verônica Heiss

Talvez o final feliz seja só seguir em frente



Ensinam muitas coisas as garotas: Se um cara lhe machuca, ele gosta de você. Nunca tente aparar a própria franja. E um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre. Todo filme e toda história implora para esperarmos por isso: A reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas as vezes focamos tanto em achar nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que vão te deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja você sozinha recolhendo os cacos e recomeçando, ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isso: Saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo constrangimento, você nunca perdeu a esperança.

 
Ele não está tão afim de você

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Preciso ser internada





Pedi pra mãe – me interna, to infeliz pra caralho. Acontece que esses dias estão tortuosos e eu não desejo levantar-me daqui, a poltrona já adquiriu o formato do meu quadril e a TV me dá o entretenimento necessário para continuar trancafiada aqui. Sossego é o que eu quero... Sabe toda aquela ideologia de que é possível viver sozinho? Pois é... E eu chorei um oceano inteiro essa noite. Eu precisava esvaziar. Porra eu preciso ser internada.


Caio Fernando Abreu