segunda-feira, 31 de outubro de 2011

menos menina, mas mulher



Tá lembrado daquela garota que vivia te ligando e correndo atrás de você? Pois é, ela mudou. Sentiu falta dela né? Mas agora vai ser assim, daqui pra frente ela só vai correr atrás do que lhe faz feliz, e bom, há muito tempo você provou que disso, você não é capaz.
Agora ela deixou de lado toda aquela velha paixão por ser pisada e começou uma paixão nova, por ela mesma, por seu bem estar. A calça jeans e a blusa branca foram aposentadas, não que essas não sejam boas, mas salto quinze e saia de paête fazem bem mais seu estilo. Finalmente ela está de volta, pronta pra outro, outros.
Essa noite suas palavras vão se basear em “sim”, “não”, “nada de telefones, nada de dia seguinte”. Hoje, pela primeira vez ela vai sair, pegar e não se apegar. Nada a abala, nada a atrai.
Hoje vai ser assim: ela vai pisar, massacrar e se te encontrar, não vai te olhar. Hoje ela vai ser mais dela e menos de qualquer outro, vai ser menos menina, mais mulher. É, parece que quem antes era bom o suficiente, hoje nem o suficiente é mais. Pelo menos não pra ela.
Ela mudou, hoje a noite é dela! Amanhã também, e depois, e depois..
Parece que por ter esperado muito, ela sofreu muito, mas quer saber ? Ela mudou. Você se tornou apenas passado. Agora, se você nos dá licença, ela tem um pedido breve a fazer, e claro que não é para você:
- Garçom, uma dose de tequila e duas de amor próprio por favor!

Pamella Paschoal

O amor não é bobo



Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor nos bares, na internet, nas paradas de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas plateias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade. Há quem acredite que o amor é medicamento. Pelo contrário. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproxima, e caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a ideia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: "Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu." Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas. O Amor, ao contrário do que se pensa, não tem de vir antes de tudo. Antes de estabilizar a carreira profissional, antes de fazer amigos, de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir de seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir, sem máscara e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar.


Martha Medeiros

O cafajeste é inofensivo

 
 
Ando muito preocupada com um tipo de homem que se prolifera por aí: o bom moço. O bom moço é aquele em que você acredita. Ele faz planos com você. Ele te apresenta pra mãe dele na segunda semana de namoro. Ele quer namorar com você na primeira vez que vocês saem juntos. O bom moço é tudo de bom. Ele chega na sua casa com presentes fofos. Ele é fofo. Ele te mima. Ele fala macio. Ele beija macio.

Mas é justamente aí que mora o perigo. O bom moço é aquele que nunca vai levantar suspeitas. Você nunca vai imaginar que ele está fazendo nada de errado (mesmo que ele te ligue de um lugar barulhento sexta-feira onze horas da noite e te diga que está trabalhando). O bom moço está acima do bem e do mal. O bom moço é um cidadão acima de qualquer suspeita.

Deve ser por isso que sempre gostei dos cafajestes. Pelo menos, eles assumem que não prestam e não ficam bancando os santos. Você sabe o que você vai levar pra casa na hora que compra. Não tem surpresa depois de dois meses de uso contínuo. Porque os cafajestes são aquilo que são. Não usam máscaras ou qualquer truque pra seduzir as mocinhas desprevenidas.

O cafajeste é aquele que não vai te ligar. Não vai te mandar flores, nem te dar presentes. O cafajeste vai correr dos mínimos sinais de compromisso. O cafajeste não vai passar a noite com você. Ele vai embora assim que o dia clarear. Não vai deixar escova de dente na sua casa (afinal, isso seria um sinal de compromisso sério, na cabeça dele). O cafajeste é o oposto do bom moço. Não vai te apresentar pros amigos, não vai te convidar pro almoço de família. Ele não faz nada pra parecer fofo ou bom moço pra você.

E a vantagem do cafajeste é justamente esta: ele não está tentando te enganar. Ele é aquilo. Bom ou mau, ele é o que é. Ele não vai te fazer promessas, não vai ser romântico, não vai assumir compromisso. Ele não vai te enrolar. Ele vai te ligar segunda-feira depois de você ter passado o final de semana inteiro esperando um telefonema. E vai sumir sempre que chegar a sexta-feira. Ele não vai te dar desculpas pra não te encontrar. Simplesmente vai te dizer que tem um outro compromisso e não vai te incluir.

Pode parecer que eu estou ficando doida, mas hoje tenho medo do bom moço. O bom moço, inevitavelmente, vai te decepcionar. Não porque ele possa fazer uma grande merda (e sim, ele pode), mas porque você não espera isso dele. Ele te faz acreditar que ele é incapaz de te decepcionar. Ele te faz acreditar que ele é o príncipe encantado, mas obviamente, uma hora o príncipe vira sapo. Já o cafajeste é sapo por natureza. Ele já entra na sua vida como sapo. Por isso, você não espera dele atitudes de príncipe. O cafajeste é inofensivo, acredite em mim. Perigoso mesmo é o bom moço.

Brena Braz

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Muito poco para sonhar



Me apaixonei por um olhar. . .
Por um gesto de ternura
Mesmo sem palavra
Alguma pra falar

Meu amor,
a vida passa num instante

E um instante é muito pouco pra sonhar

Oswaldo Montenegro

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Expectativas e esperanças




Eu nunca soube te dividir, sempre quis a maior parte, mais atenção, mais conversa. Nunca soube te amar pela metade e nunca quis ser meio sua, queria você por completo.
Não queria ser sua amiga, estava sempre preparada para uma aliança no meio do jantar, uma ligação no meio da noite. Nunca imaginei que você queria ser metade meu e me queria pela metade também, eu que sempre quis mais, fui me apaixonar logo por alguém que queria menos.
Eu sempre te quis aqui e agora, você sempre me quis mais tarde na cama, não posso dizer também que foram momentos ruins, você sabe que eu estaria mentindo, mas foi um pouco frustrante descobrir isso, preciso admitir, e sei também que você nunca me iludiu nunca me disse que era meu ou algo do gênero, e não precisa repetir sempre a mesma coisa.
Apesar de todas as esperanças, eu sempre soube que você não era meu, mas sempre quis que fosse, acho que foi por isso que me surpreendeu tanto o fato de você ir embora, de alguma maneira, eu acreditava em nós, não estou escrevendo isso magoada de forma alguma, pensativa talvez.
Mesmo com todas as minhas expectativas e esperanças eu sei que você não se envolve, mas disse em um texto e serei obrigada a repetir nesse, sem querer bancar a iludida, no fim você sempre volta para mim, e eu estarei esperando, talvez não solteira, que isso nunca fez bem meu estilo, mas da minha maneira eu estarei aqui esperando por você, meu doce garoto eb. 

C.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Eu gosto...



Eu gosto de andar pela rua, bater papo, de lua e de amigo engraçado. Eu gosto do volume, do perfume, do ciúme, do desvelo e de abraço apertado. Eu gosto de artistas diversos de crianças de berço e do som do atchim. Tem gente, muita gente que eu gosto, que eu quase aposto que não gosta de mim. Eu gosto de quem sempre acredita a violência é maldita e já foi longe demais. Eu gosto de inventar melodia, da palavra poesia e de palavra com til. Eu gosto é de beijo na boca de cantora bem rouca e de morar no Brasil. Eu gosto assim de quem é eterno de quem é moderno e de quem não quer ser. Eu gosto de varar madrugada, de quem conta piada e não consegue entender. Eu gosto de quem quer dar ajuda e acredita que muda o que não anda legal. Eu gosto é de ver coisa rara. A verdade na cara é do que gosto mais. Eu gosto porque assim vale a pena, a nossa vida é pequena e tá guardada em cristais.

Oswaldo Montenegro

domingo, 23 de outubro de 2011

Metade



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.


Oswaldo Montenegro

sábado, 22 de outubro de 2011

Quem vai me restar



Ela não se esquece de deixar claro o quanto é fácil passar por cima de mim. Basta que as luzes se apaguem, o álcool faça efeito, um mínimo de espaço e ela revela sua existência ridícula. Fala demais, essa menina que não tem o que dizer. Ri demais e acha graça de tudo. É muito agradável, e você quer tê-la, mas tem algo de agressivo, algo que te faz sentir mal. Por que ela não fala o nome inteiro? Por que ela some e sai andando entre as pessoas cada vez que você se distrai? Por que falar de astrologia se ninguém acredita mesmo? Por que perder o mistério, se ninguém quer realmente saber sobre sua ideologia barata de gente sem futuro? Sou só um amontoado de ideias perdidas que ela revela sem me pedir licença e depois fica achando bonita minha contradição quando amanhece.
 Ela é ótima na arte de acumular pessoas, no sentido da palavra. Não conquista, não agrada, acumula. Chega sozinha, vai embora sozinha [...] Essa menina é mesmo um sopro de qualquer coisa doce e enjoativa com o pior dos venenos, fazendo com que minha presença seja ao mesmo tempo marcante, confusa, passageira e duvidosa. É como conhecer todo mundo e não conhecer ninguém. Pior: é como se todo mundo me conhecesse e ninguém realmente quisesse saber de mim. Só dessa louca que sai por aí sendo tudo ao mesmo tempo e nada, pra finalizar.
Ninguém desconfia do que resta pela manhã e é melhor assim. Uma espécie de proteção, como se essa superficialidade fosse só um ensaio do que um dia vou ter coragem de moldar. E a única dúvida que resta não é qual das duas eu realmente sou, mas qual de nós é realmente importante. E quem vai me restar se eu escolher uma só para viver.


Verônica Heiss

Esclarecimento



Andei sumida precisei viajar e reslvi junto com a viagem dar um tempo do mundo digital, sério mesmo, sem celular, computador, tv digital, ou qualquer coisa que pudesse me tirar do mundo real, foram poucos dias, 12 dias no máximo, mas foram muito proveitosos, entendi algumas interessantes sobre mim mesma, é bom parar tudo e refletir as vezes, mas agora estou de volta, e volto um pouquinho mais madura, embora nem tanto, voltei sabendo que dessa vez eu posso mesmo lutar por tudo o que quero e vou fazer e logo retomo o blog mostrando textos das minhas pequenas lutas como deve ser, aproveito para agradecer as visitas ao blog, juro que não esperei ter leitores assiduos por aqui. Peço desculpas pela demora, mas logo voltarei as atualizações!

C.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Já é outro dia...



Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa

domingo, 9 de outubro de 2011

Se você acha que mulher é caro...



Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém.
Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro.
Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Flores também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.
Respeite a natureza. Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia.
Não faça sombra sobre ela. Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.
É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay. Só tem mulher quem pode!

 
 
Luiz Fernando Veríssimo

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A dor que não soubemos curar



hoje me desfiz dos meus bens
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos

o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos

a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos

a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos

aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos

coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos


Martha Medeiros

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Não se perca



Não se acostume com o que não o faz feliz! Revolte-se quando julgar
necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele
se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte. Se perceber que
precisa seguir, siga. Se estiver tudo errado, comece novamente. Se
estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder
um amor, não se perca. Se o achar, segure-o!

Fernando Pessoa

domingo, 2 de outubro de 2011

Outubro



Que outubro venha com bons ventos, que me traga sorte e amor, que não me deixe sofrer, por favor. Só por um mês, faça tudo dar certo, depois veremos o que vamos fazer em novembro.

Caio Fernando Abreu