segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Carta para a tristeza...



Companheira, sei que vc vai chorar quando ler esta carta. Vai ser difícil para mim, pois me acostumei à sua presença, porém não vejo mais motivos para continuarmos juntas.
Perdi anos de minha vida ao seu lado, tristeza, acreditando que o amor não existe e o mundo não tem jeito. Vc é péssima conselheira.
Chegou a hora de dar chance à alegria, que há muito tem mostrado interesse em passar um tempo comigo.
Desde criança, abro mão de muita coisa por vc. Festas a que não fui porque vc não me deixou ir, paisagens lindas nas quais não reparei porque vc exigiu de mim total atenção.
Quero de volta meus discos de dance music, que vc tirou da prateleira. E minhas roupas estampadas, que sumiram do meu armário depois que vc se instalou aqui.
Quero ver a vida por outros olhos, que não os seus. Quero beber por outros motivos, que não afogar vc dentro de mim.

Como disse Lulu hj de manhã no carro a caminho do trabalho: "Não te quero mal, apenas não te quero mais."


Fernanda Young

sábado, 28 de janeiro de 2012

O choro



Não sei se as pessoas choram de forma diferente umas das outras, eu choro contraída, como se alguém estivesse perfurando minha alma com uma lâmina enferrujada, choro como quem implora, pare, não posso mais suportar, mas o insuportável é uma medida que nunca tem limite, eu chorei no domingo, na segunda, na terça, em várias partes do dia e da noite, um choro de quem pede clemência, de quem está sendo confrontado com a morte, eu estava abandonando uma vida que não teria mais, eu sofria minha própria despedida, morte e parto, eu tinha que renascer e não queria, não quero, sinto que caí num vácuo, perdi a parte boa da minha história, e não quero outra, enquanto choro penso que se alguém me visse chorar dessa maneira me salvaria, prestaria socorro, chamaria uma ambulância, eu nunca vi você chorar, você alguma vez chorou por mim, você sofre a minha ausência, sente minha falta? Estar sozinha nessa aflição me condói de mim mesma, é o labirinto do inferno, não há saída, não há saída, você não está me esperando lá fora, nem hoje, nem amanhã, você não vai fazer nenhum gesto para me resgatar, e se fizesse, eu não estenderia minha mão, e é isso que me faz descrer de tudo, eu sei que acabou, eu estava infeliz ao seu lado, eu estou infeliz sem você, mentira, eu era feliz ao seu lado, e nem sei se a palavra é essa, feliz. Felicidade é um resumo fácil, uma preguiça de investigar o muito mais que nos ergue diariamente, na época era o que me bastava, eu sabia onde estava e com quem, eu não estou infeliz, eu só estou perdida e não consigo mandar nenhum S.O.S., ninguém sabe onde estou, largaram meu corpo em cima dessa cama e ninguém me procura.


Martha Medeiros,
Sempre Martha

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Novidade!



Bom gente como alguns já viram, eu coloquei aqui na barra lateral ------------------->
um e-mail para contato, onde vocês podem me enviar o que quiserem, porque os comentários são bloqueados, eu não tava facilitando muito a comunicação com vocês, então agora temos um e-mail, onde vocês podem enviar textos que querem ver publicados aqui, e eu prometo que respondo seempre o mais rápido que eu conseguir.
Bom e o e-mail é: ocontrariodoamor@gmail.com
Aguardo anciosa pelo contato de vocês...

C.

Tenho coração de moça



Eu guardo as minhas rejeições em vidrinhos rotulados com o nome deles.
Eu sou mole demais por dentro pra deixar todo mundo ver.
Eu deixo pra quem eu acho que pode comigo.
Ninguém sabe.
Mas eu tenho coração de moça!


Fernanda Young

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Matei você



E você já abalou tanto a minha vida. Que pena, agora você morreu. Mas eu continuo vendo você respirar, quietinho, ao meu lado. A verdade é que eu ainda acredito em reencarnação. E eu te olhei tantas vezes implorando. Não morre, por favor. Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê. Mas você nunca mais me olhou quase chorando, você nunca mais se emocionou, nem a mim. Você nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura. Nunca mais falou a coisa mais errada do mundo e fez o mundo valer a pena. Eu treinei viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de você para estar feliz. De tanto treinar acostumei. E cadê a inspiração? Foi embora junto com a minha pureza, a minha crença, a minha fidelidade. Eu sou comum, igualzinho a você, a vocês. Eu cometo erros mesquinhos e sou capaz de grandes momentos. Para cada grande momento, milhares de erros mesquinhos no ar, no lençol, no ralo de um banho cheiroso. Para cada fundo do poço, milhares de motivos de perdão boiando, bóias de coração para eu me agarrar. E eu nunca me agarro em mim, sempre espero alguém chegar. Eu não queria ter ido tão longe. Nem seguido um que não posso, nem aturando outro que nunca pude. Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó. O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos. O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, transar para sempre. Para dar tempo de seu ser criança, chorar para sempre. Para dar tempo de eu ser para sempre. Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você. Antes que eu morresse de amor. Matei você.

Tati Bernardi

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sentimentos



Já experimentei muitas sensações ruins na vida, desde o abandono, até a traição, desde a dor, física até a emocional, desde a tristeza, até o desespero total, já doeu demais esse coração, já se apertou, já se rasgou em pedaços, mas juro que nunca experimentei isso, jamais tive essa sensação, e acho que não há coisa pior, e também não desejo isso para ninguém, para nenhum dos meus personagens que tantas me fizeram perder o sono, com preocupação ou com tristeza mesmo, nem a eles desejo isso, é um sensação de vazio, vazio completo, acho que até sofrer por amor é melhor do que não sentir nada, a vida toda nos preparamos para os sentimentos, para aquela paixão doentia que chega devagar e acaba com sentido que estamos dando a nossa própria vida, somos preparados, para agüentar a dor, a alegria, o sofrimento, a esperança, o tédio, mas ninguém nunca nos preparou para não sentir nada, ficar oca por dentro, ter tesão mas não sentir paixão, sorrir mas sentir alegria, chorar mas não estar triste, o que se faz quando não se sente nada? Favor não confundir com frieza, não é isso, não me tornei uma pessoa fria, só que eu não sei o que é ficar uns dias sem gostar de ninguém, agente até inventa paixões, sabe? Mas é a primeira vez desde os meus 14 ou 15 anos, e isso já faz algum tempo, que ninguém me desperta sentimento algum, pela primeira vez, estou vazia de sentimentos, e eu não sei o que fazer com tanto espaço dentro de mim mesma. Hoje eu aprendi que pior do que ter todos os sentimentos do mundo ao mesmo tempo, é não ter sentimento algum!

C.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O jeito foi virar isso mesmo



Já tentei ser uma mulher diferente, uma mulher comportada.
Já tentei cortar palavrões e alguns gestos da minha vida.
Porra, isso é impossível.
Mas eu aprendi que as meninas boazinhas que não conseguem
expressar a dor, a raiva, elas acabam sofrendo mais do que imaginava.
Então, não reclame do que eu sou, porque o jeito foi ter que virar isso mesmo.

Do face: Piscologia de Guerreiras

Onde mora o perigo



Um telefone ao alcance da mão,
Um número decorado na cabeça
E uma aflição no coração.
É aí que mora o perigo...

Martha Medeiros

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Exagerada



Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes;
minhas dores de cotovelo, de querer morrer;
louca do tipo desvairada;
briguenta de tô de mal pra sempre;
durmo treze horas seguidas;
meus amigos são semi-irmãos;
meus amores são sempre eternos
e meus dramas, mexicanos.


Clarice Lispector
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Dia desses li em um blog que infelismente não me lembro qual foi, uma frase sobre meus 3 autores favoritos e que após algum tempo eu reparei que se aparfeiçoava para mim aquela frase, e acho que a muitas outras pessoas também, pelo menos é o que vejo nesse mundo virtual onde nós blogueiros nos escondemos atrás de tantos textos desses três autores, então parando de enrrolação a frase é a seguinte: "Clarice é meu lado meigo, Tati (a Bernardi) é meu lado revoltado, e o Caio? Ah, o Caio simplismente me conhece e sai falando de mim por aí..." Como disse, infelismente esqueci o nome da autora do blog, mas se ela por acaso der uma passadinha por aqui, é só avisar que coloco a autoria.

C.

Mulher de verdade



Homem tem medo de mulher independente. Pior ainda: Homem tem medo de mulher que bomba! Aí que o cara conhece uma gata, linda e com estilo nada convencional de se vestir, bebe tanto quanto ele. Se ele não quiser sair, ela sai só com as amigas, topa qualquer saída… Não tem tempo ruim, banca suas coisas. Se tiver meio sem grana, se diverte como dá. Conversa com todo mundo, conhece muita gente. Falando assim, parece bem divertido ficar com uma mulher dessa...
E é !
.... O PROBLEMA É QUE GRANDE PARTE DOS HOMENS NÃO SEGURA A ONDA DE UMA MULHER PAU-A-PAU COM ELES, aí eles namoram a Sandy.
Ela sai, mas não dança até o chão. Ela não bebe. Nada de decotes ou mini saias. Se o namorado não quiser, ela não sai. Ficam em casa, assistindo comédias românticas… Mas quer saber? Mulher que bomba, dispensa homem sem coragem!
Mulher de verdade assusta!


Via:Mulheres Bem Resolvidas

Catapuft



Assim como nasceu meu amor por você, também morreu. De uma maneira ridícula. Eu lembro bem, cheguei na sua casa atrasada, perfumada e sem grandes intenções. E você me recebeu suado e sem graça porque, afinal de contas, era tudo mentira que sabia cozinhar. Pra piorar, a pizza chegaria em instantes, mas seu interfone estava quebrado. Você me olhou como uma criança que é pega fazendo arte e eu te amei loucamente. Naquele segundo, a chavinha virou pra direita e catapuft: te amei absurda e infinitamente. Eu tinha motivos reais, palpáveis e óbvios para te amar. Você é bonito, seu abraço é quente, seu sorriso tem mil quilômetros iluminados, seu humor me faria rir 100 encarnações e você é bom em tudo, mesmo não querendo ser bom em nada. Seu coração é gigante, tão gigante que você, por medo, prefere a superfície. Mas eu te amei, mesmo, por causa daquele segundinho, o segundinho que a chavinha virou para a direita. O segundinho da pizza e do interfone. E assim foi por quase dois anos. Eu me perguntava quando isso teria fim. Motivos profundos, nobres e óbvios para deixar de te amar também não me faltaram, mas nenhum deles foi suficiente ou funcionou. Você acompanhou com olhos humildes e humilhados todos os passos da sua ex naquela festa e eu continuei te amando. Você confundiu Chico com Vinicius e eu continuei louquinha por você. Você tinha aquele probleminha de não segurar o prazer e meu maior prazer sempre foi qualquer segundo ao seu lado. Você me largou sozinha naquele hospital, com a minha mãe sem saber se tinha ou não metástase, e foi para a praia com seus amigos bombados. E eu, no fundo, te perdoava, te entendia, te amava cada vez mais. Você me mandou embora da sua casa, do seu carro, da sua vida, da memória do seu computador, do seu celular e do seu coração. Você me deletou. E eu passei quase um ano quietinha, te esperando, rezando pra Santo Antônio te ajudar a ver que amor maior no mundo não poderia existir. Eu segui amando e redesenhando cada dobrinha da sua pele, cada cheiro escondido dos seus cantinhos, cada cílio torto, cada risada alta, cada deslumbre puro com a vida, cada brilho nos olhos quando o mar estivesse bonito demais. Cada preguiça, cada abandono, cada estupidez, cada limitação, cada bobeira. Amava seus erros assim como amava os acertos, porque o que eu amava, enfim, era você. CATAPUFT! E eu me perguntava, quase já sem agüentar mais, sem entender tamanha entrega burra, quando isso finalmente teria um fim. Quando minha coluna ia voltar a ser ereta, minha cabeça erguida e meus passos firmes? Quando eu iria superar você? E foi assim, sem avisar, por causa de um segundo sem grandes enredos, que a chavinha, catapuft, fez meia volta e virou para a esquerda. Me devolvendo a mim, me devolvendo à vida. Dissolvendo você no ar, trazendo cores, cheiros e possibilidades de volta. Matando o homem que eu mais amei na vida bem na noite de Natal. Enquanto todos comemoravam o nascimento de Deus, eu comemorava a sua morte. A morte de quem e para quem eu já tinha sido mais fiel, refém, escrava e discípula do que para qualquer outro deus. Era véspera de Natal e você me ligou. Meu coração se encheu de esperança, de pureza, de fé, de alegria. Do outro lado, sua voz nasalada e banal me disse, assassinando meu coração e se suicidando na seqüência: essa ligação não é uma recaída natalina, não, é apenas porque eu tava aqui, sem fazer nada, e pensei… quer trepar? Catapuft. Não, eu não quero trepar. Mas quer saber? Eu também não quero mais te amar. O menino da pizza e do interfone virou um homem solitário, infeliz e descartável. Catapuft. Pode parecer loucura, mas tirar você do meu peito foi o meu melhor presente que já ganhei.

Tati Bernardi
Não é natal, mas um texto assim vale...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Toda mulher é doida



Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.

Martha Medeiros

sábado, 21 de janeiro de 2012

Eu só precisava disso



Tudo aconteceu de novo. Olhos nos olhos e finalmente a frase dita e ouvida: "Eu não gosto mais de você". "Eu também não". Dessa vez não doeu, não quis morrer ou chorar freneticamente, simplesmente olhei para frente e tentei compreender o porque eu não acreditava naquilo. Tentei compreender naqueles pequenos minutos de silêncio, o porque que seus olhos ficaram vermelhos e de repente brilhantes por causa da quantidade de água que tentava se acumular ali, mais eram vencidas por ele e não caiam. Então prossegui: "Na verdade eu não precisava de resposta alguma para as minhas perguntas, eu só precisava disso aqui, um tempo com você, calada ou falando não importa. Eu só precisava disso."
Na verdade era só disso mesmo. Não precisava ter ido para cama com ele e ter matato toda a minha saudade acumulada por meses, sendo que no final ela acumula em dobro. Das 6 horas que passei ali eu sabia que cada minuto era decisivo para mim, a partir dali eu deveria seguir finalmente em frente.

Fernanda Torkaski

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Do jeito mais óbvio de todos


 É isso, sei lá, mas acho que amo você. Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de te comer no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você empurrando nossos bisnetos. E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano. Ninguém acredita na gente: nenhum cartomante, nenhum pai-de-santo, nenhuma terapeuta, nenhum parente, nenhum amigo, nenhum e-mail, nenhuma mensagem de texto, nenhum rastro, nenhuma reza, nenhuma fofoca e, principalmente (ou infelizmente): nem você. Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente.

Tati Bernardi

A vida ganha a guerra



É porque você nunca sofreu por alguém de verdade. Nunca se envolveu com alguém. Quando você ama demais, você quer lutar com a vida, que estampa na sua cara que ele não vai voltar. Mesmo assim lutamos, mas ele realmente não volta. Conseqüentemente a vida ganha a guerra. A vida ganha a guerra mas ela também te ensina a não perder mais.
Eu diria, nunca mais.

Fernanda Torkaski

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Alma Gêmea



As pessoas acham que alma gêmea é o encaixe perfeito, mas a verdadeira alma gêmea é um espelho, a pessoa que mostra tudo que está prendendo você, a pessoa que chama atenção para você mesmo para que você possa mudar sua vida. Uma verdadeira alma gêmea é provavelmente a pessoa mais importante que você vai conhecer, porque elas derrubam suas paredes e te acordam com um tapa. Mas viver com uma alma gêmea para sempre? Não. Dói demais. As almas gêmeas só entram na sua vida para revelar a você uma outra camada de você mesmo, e depois vão embora...

Comer Rezar Amar

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Saudade



Sinto saudade dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; ...
Eu acredito que um simples "I miss you"
ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente a imensa falta
que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor que um sinal vital
quando se quer falar da vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis!
De que amamos muito o que tivemos
E que lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...

Clarice Lispector

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Por que?



Podia esperar de qualquer um essa fuga, esse fechamento.
Mas não de você, se sempre foram de ternura nossos encontros e mesmo nossos desencontros não pesavam, e se lúcidos nos reconhecíamos precários, carentes, incompletos. Meras tentativas, nós. Mas doces.
Por que então assim tão de repente e duro, por que?

Claro que só pode ser dele,
Caio Fernando Abreu

Pelo menos naquela noite chuvosa

 
 
Ela sabia que precisava dele. Pelo menos naquela noite chuvosa e sem grandes esperanças. Mas tinha medo da compulsão. De querer ele sempre e sempre e pra sempre. E amanhã e depois. E de dia, e tarde, de madrugada. E não saber digerir tanto amor e tanto amor acabar lhe fazendo mal. Só mais um pouquinho, pensou. Uma lasquinha. Pra dormir feliz. Amanhã era amanhã. Depois ela resolvia…

Tati Bernardi

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Sumi


 
Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar. Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.


Martha Medeiros

domingo, 15 de janeiro de 2012

É preciso chorar as vezes




Ele disse: não chore que chorar enfraquece.

Eu disse: mas às vezes é como a chuva que se precisa quando tem estiagem demais e tudo fica muito seco.

Clarice Lispector

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Eu te superei



Não confunda superar com apagar, são coisas completamente diferentes, e te explico como: Eu hoje estufo o peito de orgulho para poder dizer que finalmente depois de tanto tempo, eu te superei, mas eu não te esqueci, eu superei a bagunça que você fez na minha vida, eu superei o que eu sentia por você, eu superei nós dois juntos, mas não te apaguei, não apaguei tudo o que agente viveu, nem tampouco a nossa história juntos, volta e meia me pego pensando em você, e lembrando de nós dois, mas antes que chegue aquela pergunta que não quer calar, não, eu não voltaria para você, não eu não quero viver tudo de novo, para mim você se tornou lembrança, uma lembrança boa, bonita, mas ainda assim um lembrança, eu te superei, finalmente sei viver como viver minha vida novamente sem você, eu superei tudo o que você significou para mim, mas não apaguei nem a você, nem nossa história, assim como tenho a absoluta certeza de que você não vai esquecer, mas exatamente por ter te superado, esse é o último texto escrito para você, e dessa vez é sério, já falei mil vezes, mas nunca tive tanta certeza, porque hoje eu acordei e percebi que te superei.


C.


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vocês devem imaginar, mas essa é mais uma vez uma despedida do Garoto eb, e agora eu decidi de verdade, eu o superei, não esperem mais textos sobre ele por aqui...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pessoas que acham que podem me amar, me ofendem...



Não me sonhe, por favor. Pessoas que acham que podem me amar me ofendem. É sempre muito pouco o que elas podem e é sempre muito diferente do que deveria ser amor o que elas oferecem.
Eu custo a suportar a banalidade do meu ser. Eu custo a aceitar uma relação como a que qualquer um poderia ter. Eu seria mais feliz se eu não me achasse melhor do que a minha vizinha. Mas eu sou infinitamente melhor que ela. Eu e minhas crises de ansiedade somos seres solitários, arrogantes e multiplicados por megalomanias. São mil vezes cem anos de análise e nada. Eu continuo me achando melhor que o amor igual e idiota que se oferece por ai. Melhor do que os casais e seus dilemas de festas de finais de ano e seus sonhos de vestidos brancos e seus cachorros e sacadas de predinhos neoclássicos e planos médicos familiares. Chato, chato, chato.
É sempre nojento quando aparece alguém que quer tentar me amar. Sempre daquele jeito burocraticamente aos poucos e equilibrado e respeitado pela vida social e empresarial e natural e dentro da rotina dos humanos normais do planeta que precisam ir aos poucos porque a vida em sociedade empresarial e natural e tudo isso. E então eu tenho prazer de tornar a vida de todo mundo que se aproxima de mim, achando que pode me amar igual meu vizinho ama a minha vizinha, um inferno. É que, por completa infelicidade, eu sempre acho a minha grama infinitamente mais verde.
O certo, se é que existe o certo, era eu gostar de assistir ao ato da conquista sentada confortavelmente em uma soberba cadeira de rainha. Homens adoram mulheres que se permitem galantear e sorrir entregues para seus lampejos de semi genialidade. O problema é que eu quase sempre sou muito mais engraçada e rápida e semi genial que eles. E estou tão perto de virar um homem que tenho preferido a minha masturbação a ter problemas para conviver com outro ser humano que, por experiência própria, só vai encher a porra do meu saco.
Não sei o nome de milhares de capitais de milhares de estados. A minha vida inteira tirei 6 pra passar de ano. Leio pouco. Tenho fobia de sair de São Paulo. Sou meio flácida e corcunda. Ainda assim, quando um bom moço me oferece amor, me sinto ofendida. Porque é pouco e porque se parece com tudo a minha volta e porque, definitivamente, não tenho estômago pra ser minha vizinha.

Tati Bernardi

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mulher não é boneca inflável, só tem quem pode



Mulher não desiste, se cansa. A gente tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A gente paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem ‘E se’ ! A gente completa o percurso e às vezes fica até andando em círculos, mas quando a gente muda de caminho, meu amigo, é fim de jogo pra você. Enquanto a gente... enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradece a Deus! Porque no dia que a gente aceitar tranquilamente te dividir com o mundo, a gente não ficou mais compreensiva, a gente parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a gente cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E estamos numa relação, não numa sessão espírita. A gente entende e respeita seu jeito, desde que você supra pelo menos o mínimo das nossas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Vocês nem sempre sabem, mas além de peito e bunda, a gente tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. Somos damas, somos dramas, acostumem-se. Mulher não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver aguentar o tranco de conquistar corpo e alma, até o final.


 Martha Medeiros

Sempre gostei dessas pessoas que dizem logo de cara quem são



Sempre gostei dessas pessoas que dizem logo de cara quem são, talvez por isso meus melhores amigos sejam os mais filhos-da-puta, idiotas... Não sei, com eles aprendi ser mais fácil, antes de qualquer conversa, contar seu nome, onde nasceu e seus piores defeitos. Se a pessoa gostar mesmo assim, vai gostar mesmo, verdadeiramente.

Gabito Nunes



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É Gabito, acho que finalmente você descobriu o segredo da boa amizade...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Uma forma de paz



O pessimismo passou, mas o bom propósito não: farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo, por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz...
Também é bom porque em geral se pode ajudar muito mais as pessoas quando não se está cega de amor."



Clarice Lispector

domingo, 8 de janeiro de 2012

Impulso vital



Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'


Caio Fenando Abreu

sábado, 7 de janeiro de 2012

Demorei muito para acreditar

 
 
Demorei muito para acreditar na mais louca e cruel verdade: quem gosta de você vai te tratar bem. Quem gosta de você se importa, quer o melhor, te procura, te liga, te dá satisfação. Quem gosta quer estar junto. Quem gosta demonstra. Quem gosta faz planos. Quem gosta apresenta para a família e amigos. Quem gosta manda uma mensagem bobinha só pra dizer que ama. Quem gosta carrega uma foto sua dentro da carteira pra ver quando dá saudade. Quem gosta abraça na hora de dormir. Quem gosta dá um beijo de boa noite e de bom dia. Quem gosta aguenta suas reclamações, sua cólica infernal, suas manhas e manias.


Clarissa Corrêa

Tenho tambem muitos charmes



Uma minúscula e ainda baixa “vozinha” me diz que além dos meus textos eu tenho também muitos charmes, graças e belezas. Além dos meus espinhos eu tenho também muitas flores. E que sim, eu posso ser amada. Porque não ter alguém agora, agarrado aos meus pés, não significa não ser um calo persistente até mesmo em solas curtidas e acostumadas com a corrida. Descubro coisas terríveis e maravilhosas a respeito do amor. As coisas são como são. E na hora certa.

Tati Bernardi

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Apenas um caminhante




Sou apenas um caminhante que perdeu o medo de se perder, estou seguro de que sou imperfeito, podem me chamar de louco, podem zombar das minhas idéias, não importa! O que importa é que sou um caminhante que vende sonhos para os passantes, não tenho bussola nem agenda, não tenho nada mas tenho tudo, sou apenas um caminhante a procura de mim mesmo.

O vendedor de sonhos

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Descaminho



Quando não quero mais ser eu, faço uma tatuagem. Mudo o cabelo, troco de emprego, de amigos, mudo tudo. No fim acabo sobrando de frente pro espelho e sou eu de novo, um pouco mais colorida, um pouco mais solitária, bem menos humana e sociável. Eu me volto pras palavras e venero seus encantos, como se por me descreverem pudessem me bastar. Palavra não faz carinho, menina, palavra não dá colo. É de abraço que eu preciso quando não há mais letra, tatuagem, tinta, papel, caneta, poesia. Quando não tem mais rima, é de corpo e conforto que eu preciso.

Verônica Heiss

De volta...



Depois de algum tempo aqui estou eu retornando ao blog, resolvi passar alguns dias fora, precisava me organizar, não o material, mas a cabeça sabe, precisava fazer uma faxina nos meus sentimentos e nos meus pensamentos, a boa notícia? Depois de toda grande faxina agente senpre aquela coisa que adorávamos e com o tempo esquecemos, e assim achei alguns sentimentos que estavam perdidos em algum lugar dentro do meu peito. A má notícia, é que claro que sempre tem aquelas coisas muito mais difíceis de se livras por mais que agente queira, são aquelas coisas que nem nos cabem mais, mas agente insiste em nao se livrar, e assim descobri que alguns sentimentos são mais dificeis de se livrar do eu imaginava e acho que apesar das promesas os textos sobre aquele certo Garoto vai continuar existindo, acho que ele é meu sofrimento de estimação, por mais que eu queira algo me impede de jogá-lo fora, quem sabe na próxima faxina?
Bem de qualquer modo está de volta aos textos essa humilde blogueira anônima...

C.