Talvez não tenha sido só você que mudou

C

C. – Cinco anos se passaram e eu ainda pareço uma adolescente descobrindo novos sentimentos.
A. – Amiga, finalmente depois de cinco anos, você ta vivendo seu primeiro amor, infelizmente ou não, não mais como uma adolescente.
                         (Silêncio)
A. – Você ainda tem o pé atrás, né?
C. – Não, eu tenho os dois pés atrás.
A. – Porque?
C. – Porque eu não sou mais uma adolescente...
A. – Não entendi
C. – Eu sei como terminou da última vez!
A. – Até eu sei como terminou da última vez e continuo sem enteder...
C. – Machucou de mais, e não deixou uma cicatriz bonita, e nada me garante que vai ser diferente agora, não estou dizendo que não vou dar uma chance para nós dois de novo, mas dessa vez é diferente.
A. – Diferente? Como? Em que sentido?
C. – Dessa vez A., eu não vou criar expectativas, não vou alimentar esperanças, de um relacionamento que na verdade pode nem ser um relacionamento, o que eu sei é que a vida nos deu uma chance de terminar uma história inacabada e pode ser que não dê certo, eu não vou me decepcionar se daqui a alguns dias agente terminar, e também não espero nunca receber uma ligação, eu sei que isso pode simplesmente não acontecer, e eu estou preparada para isso dessa vez, cada vez que ele sai pela porta, eu tou preparada para ele não voltar...
A. – Mas até agora ele voltou, não voltou?
C. – O que você quer dizer?
A. – Que talvez não tenha sido só você que mudou...
C. – É... Talvez...

Será?

C.