E às vezes, embora com menos freqüência, o telefone ainda toca. Toca porque mesmo que você se esconda de vez em quando, nunca vai embora de verdade. E não só por uma vez, ouvi de você que eu era única e -inesquecível-. Eu, sempre coerente e impulsiva. Indecisa, e quando necessário, contraditória. E na verdade, eu sempre soube o que eu deveria ter feito de cór e salteado. Mas ignorei todo e qualquer conselho pelo simples fato de que na hora, era aquilo que eu queria fazer e pronto, não me importava. Pra que se preocupar com o amanhã, não é? Eu sumia, voltava, surtava, ficava monotemática e você estava ali. Dava crises de ciúmes, de carência, me preocupava ou nem ligava e você continuava. Pintava o cabelo, as unhas, morria de malhar, de comer, de chorar, de sorrir e você ainda estava lá. Conheço gente, elimino gente, me surpreendo, me decepciono e você sempre fica. Daí, de repente, resolve tentar um novo caminho, outra pessoa. Que choque! Acho que eu nunca tinha sentido antes nosso fim antes. E senti, senti bem fundo. Completamente desarmada e impotente! Sabe, já acostumei com minha vida distante da sua. Sempre perto, sempre longe. Mas fora não, nunca! Nem em pensamentos. Você se encantando de novo, se envolvendo de novo, outra pessoa me apagando aos poucos e você então, se esquecendo do inesquecível. Sempre tenho mil coelhos na cartola, planos do que fazer ou dizer e estava ali, sem ação. Eu precisava dividir minha dor, mas tinha que ser discreta, não queria me expor. Distribuir culpas, se é que elas existem. Mas por outro lado, melhor assim. Se você recomeçou, qualquer dia eu também aprendo a andar pra frente. Está tudo bem, dizem que tudo passa né? Mas esse é o problema. Não quero deixar passar. Acho que você também não. Não assim, incompleto. A parte que falta vai viver sempre na imaginação! É o que eu menos queria. Tudo passa, mas você do seu jeito, sempre fica. De uma forma que ninguém havia ficado antes. Então vamos ser realistas pra não sermos idiotas? Está indo por que quer. Foi incrível, maravilhoso, foi intenso. Foi, e eu respeito!
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