segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Se não aguenta, porque veio?



Se alguém não tem cacife para amar, para dar tudo de si e até se superar se for preciso, então para que começar um relacionamento? Se não tem coragem de arriscar, de tentar mais uma vez, de apostar todas as suas fichas e descobrir na prática que amar vale a pena, para que insistir nessa mania de empatar o coração alheio?
Muitas pessoas têm vivido uma contradição terrível: ao mesmo tempo em que reclamam que ninguém quer compromisso, insistem em repetir que esperto é quem não entra de cabeça numa relação para não se machucar.
Resultado: nunca houve tanta gente machucada no mundo! Pessoas que se sentem ocas, vazias, cheias de ecos interiores porque não mergulham em seus sentimentos, não arriscam, não têm coragem de se envolver e de apostar no amor.
Sabe por quê? Porque as pessoas têm pensado demais. É ótimo pensar, sim; mas o mundo está carecendo de sentimentos. É preciso sentir para dar significado a esta escolha: amar. Porque sem significados não há foco, não há comprometimento.
Aí as pessoas entram pela metade. Vão, mas não vão. Querem, mas fingem que não querem. Algumas ainda fazem pior: não querem, mas fingem que querem, porque acham que é melhor estar numa relação ruim do que sozinhas.
Olha... sinceramente? Tudo isso é uma grande estupidez e tem nos custado muito caro. Números assustadores revelam depressão, tristeza, ansiedade, solidão, entre outros transtornos afetivos avassaladores.
Coisa de quem eu chamo de gente pequena, de quem morre de medo de sofrer e não se dá conta de que já está sofrendo horrores. E depois há quem diga que não entende porque é que, embora a maioria das pessoas deseje a felicidade e o prazer das relações amorosas, tem sido tão difícil sintonizar os desejos de homens e mulheres e fazer os relacionamentos darem certo!
É preciso amadurecer, e só há uma maneira de tornar isso possível: sendo corajoso o bastante para se comprometer. Nós precisamos crescer, virar gente grande no amor.

Rosana Braga